Aquele rapazinho com doze, treze, catorze, quinze anos que não faz nada da vida, tem por mania dizer: "Eu sou capaz". Quando no fim não é capaz de fazer a maioria das coisas porque ainda é muito novo, porque ainda é rapaz. Tenho a consciência disso ao fim de três anos passados. Sei que antes de entrar nos últimos três anos da escola eu não estudava. Ninguém estudava. Decorava-se coisas, percebia-se algumas, outras sem querer estudava-se. Algumas coisas ficavam na memória, outras eram esquecidas.
Hoje, com mais três anos do que há três anos atrás, sinto que mudei - de muitas formas. Mas principalmente hoje, ao fim de três anos, sei que estudo. Estudo porque preciso, porque necessito, apesar de antes.
Hoje, perdi a vontade de estudar porque estava só a errar exercícios. Se me perguntarem se vou estudar mais tarde, eu respondo: Sim, talvez amanhã. Depois penso: Mas preciso de estudar hoje, porque amanhã tenho de estudar mais...a isso sim, posso dizer: "Eu sou capaz". Sou capaz de estudar para tentar garantir o meu futuro - apesar de que não é apenas isso que me o vai garantir.
Se eu fosse esse rapazinho outra vez, eu diria: "Eu irei ser capaz, apesar de ainda não o ser.". Aliás, hoje digo-o com todas as palavras: "Eu irei ser capaz, apesar de ainda não o ser.".
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