quinta-feira, 16 de julho de 2015

O sol ardente e a criança ignorada

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"Era verão. O sol batia na areia e tornava-a quente. Tão quente que os pés doíam quando tocavam nela. Mas numa única zona da praia a areia estava fria: junto ao mar. E junto ao mar havia uma criança que chamava pela mãe desesperadamente. Mãe! Mãe! Mãe! Não em português mas numa outra língua diferente. A criança chamava interminavelmente pela mãe e a mãe continuava a falar, na sombra do guarda sol, com as pessoas ao seu redor e a dizer: Já vou, Já vou, Espera! Notava-se a ansiedade nos olhos da criança e nos seus pulos. E a mãe, que ignorava a criança, ria de alguma piada que um homem contava. E tudo o que a criança queria era apenas jogar raquetes com a mãe."


O que está escrito acima é verídico, algo que eu vi, algo que me deu raiva de ver. Estava na praia sentado na toalha e vi a criança gritar pela mãe para jogar raquetes e a mãe deixou-o ali ignorado. 
Sei que não era da minha conta mas não pude deixar de analisar aquela situação. A criança, sendo criança, ficou ali a continuar a chamar pela mãe. E com toda a sua inocência deixou-se estar, talvez com medo, talvez com respeito, mas deixou-se estar sob o sol ardente com esperança que a sua mãe fosse ter com ele e jogasse. Jogou? Sim, jogou. Mas não com a mãe. Jogou com uma amiga da mãe (talvez amiga) que se levantou e foi ter com a criança enquanto que a ignorante da mãe ficou ali na sombra a falar. Aí, nesse preciso momento, a minha raiva cresceu ainda mais. 
Como é que uma pessoa, uma mãe(!), em sã consciência, deixa um filho ignorado ao sol à sua espera? Como!? Depois quando o filho crescer ainda vai querer que o filho a respeite enquanto ela quando o filho era pequeno não o respeitava nem se preocupava pelo seu bem. 
Se as pessoas conseguirem, pelo menos uma única vez na vida, preocuparem-se também com os outros e não só consigo próprias serão algo de mais valia para o mundo. Já o contrário, serão apenas mais uns.

1 comentário:

  1. Sim, essas situações (e são muitas, ainda que ocorram em contextos diferentes) são repugnantes. E se a criança estivesse a gritar porque necessitada de auxílio? Muito triste... Um dia, essa mãe vai chamar pelo(a) filho(a), e vai ter a mesma resposta.
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