quarta-feira, 18 de maio de 2016

Objetos que nos prendem ao passado

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Percebi há uns tempo atrás o motivo de eu não ter lido mais nada desde Novembro.  Apercebi-me de que ao acabar de ler o livro iria largar, de vez, o que deixei para trás em Novembro, e nunca mais voltar. Apercebi-me agora que já o posso fazer. Ouvi, em algum lado, que tudo é temporário. E é verdade. Mesmo essa sensação de não querer largar o passado vai ser temporária. Tudo é temporário e tudo é efémero. Nós apenas, como seres humanos, criamos formas de nos manter no passado através de objectos. Eu, por exemplo, queria continuar preso a Novembro para não perder a esperança de algo, e deixei o livro ali quieto dentro da mala, para quando quisesse apanhar e ler. Mas sempre que o apanhava não era capaz de o ler. Pensava que era o facto de não querer ler, de a história estar desinteressante. Mas não era. Era sim o facto de não me querer contentar com o presente, de não querer aceitar que o passado já tinha ido e o que me restava era o futuro. A única história desinteressante era a minha. Portanto, digo-vos, vai custar acabar de ler esse livro do passado. Mas é inevitável não o lermos. Porque o futuro é o que nos espera. 


1 comentário:

  1. Há objectos que nos ligam a um lugar ou a um momento no tempo. Aprender a ultrapassar uma memória menos boa não é fácil, mas é como dizes, vem com o tempo.
    Ainda bem que conseguiste voltar a ler esse livro. É uma meta ultrapassada =)
    ****

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